Estrelas da Ação
Beatriz Almeida
Beatriz Almeida
| 06-03-2025
Equipe de Entretenimento · Equipe de Entretenimento
Nesta temporada de férias, a programação repleta de ação levou à descoberta de um filme de ação. Enquanto as expectativas foram estabelecidas unicamente para suas cenas de luta, a impressão final deixou um sentimento de arrependimento, já que o potencial do elenco não foi totalmente realizado.
O filme, Triple Threat, lançado anteriormente, falhou em causar um impacto significativo. Estrelando a talentosa Celina Jade, o filme apresenta três principais protagonistas masculinos, todos astros das artes marciais.
Tiger Chen, conhecido por treinar Keanu Reeves em Matrix, divide a tela com Tony Jaa, o mestre de Muay Thai da Tailândia, e Iko Uwais, a estrela em ascensão das artes marciais da Indonésia frequentemente chamado de "Tony Jaa indonésio". Os dois últimos, Tony Jaa e Iko Uwais, são sem dúvida dois dos mais talentosos astros das artes marciais na Ásia fora do cinema chinês tradicional. Infelizmente, a combinação de tais talentos não se traduziu em sucesso cinematográfico, pois o filme entregou uma mescla desinspirada de ação. Ainda assim, essas duas estrelas merecem destaque.

Tony Jaa: O lutador de Muay Thai

Tony Jaa, um nome conhecido para o público global, participou de filmes como Master Z: The Ip Man Legacy e Paradox. Nos últimos anos, suas frequentes aparições no cinema internacional solidificaram sua reputação como um dos mais proeminentes artistas marciais fora da China. A fama de Tony Jaa vem do Muay Thai, uma arte marcial renomada por sua extrema potência e eficácia devastadora. Conhecido como o "sistema de combate em pé mais letal", o Muay Thai é uma arte de ataque que enfatiza o treinamento duro e técnicas de contato total.
O momento de destaque de Tony Jaa veio com Ong-Bak: O Guerreiro Muay Thai de 2003. Suas acrobacias inspiradoras, incluindo um chute reverso que quebrou um poste de luz, demonstraram a intensidade pura do Muay Thai e lhe garantiram um lugar de destaque no cinema de ação. O sucesso de Ong-Bak apresentou ao público mundial a potência bruta do Muay Thai, embora suas sequências tenham se tornado principalmente vitrines para as habilidades individuais de Jaa, em vez de avançar no gênero. Para expandir sua carreira, Tony Jaa se aventurou na cena do cinema de ação de Hong Kong. Colaborações em SPL II: A Time for Consequences e Paradox o viram compartilhando a tela com nomes como Wu Jing e Chris Collins. Seu papel em Master Z: The Ip Man Legacy colocou o Muay Thai contra o Wing Chun em uma batalha emocionante de estilos. Essas performances trouxeram uma nova energia para o cinema de Hong Kong, com o Muay Thai de Tony Jaa fornecendo cenas de luta viscerais que elevaram a ação.
Mesmo em Triple Threat, onde a coreografia às vezes parece ensaiada, as sequências de Muay Thai de Tony Jaa se destacam, oferecendo vislumbres da intensidade dinâmica que definiu seu início de carreira.

Iko Uwais: O mestre de Pencak Silat

Iko Uwais, uma estrela em ascensão no cinema asiático, conquistou o apelido de "Tony Jaa indonésio" por seu estilo de ação, embora sua base marcial esteja na arte indonésia do Pencak Silat. O Pencak Silat, originário do Arquipélago Malaio, combina técnicas ofensivas e defensivas com ênfase na exploração das fraquezas de um oponente por meio de golpes, ataques e manobras inesperadas. Embora Iko Uwais tenha ganhado reconhecimento com um pequeno papel em Star Wars: O Despertar da Força, sua aclamação está enraizada na série The Raid, onde o Pencak Silat é o centro das atenções. O filme de 2011, The Raid, segue uma equipe SWAT presa em um prédio cheio de criminosos, escalando de tiroteios para confrontos com armas e combate intenso corpo a corpo. A ação implacável e a violência crua do filme o transformaram em um clássico cult, com a precisão e fisicalidade de Uwais elevando o Pencak Silat a novas alturas cinematográficas.
Com The Raid 2 em 2014, tudo se intensificou. A sequência aprimorou tanto a coreografia quanto a escala, com longas tomadas intricadas e brutalidade estilizada. Suas sequências de combate, misturando arte e letalidade, rivalizam com as melhores do cinema de ação. Desde o manejo habilidoso de armas como cassetetes e adagas de garra até a transformação de ferramentas comuns como martelos e bastões de beisebol em implementos letais, Uwais mostrou criatividade sem igual em ação. O uso inventivo de armas tradicionais indonésias no filme permanece como um deleite raro para os entusiastas das artes marciais.
A presença de artistas marciais como Tony Jaa e Iko Uwais representa um desafio emocionante para a indústria global de filmes de ação. Suas performances demonstram que coreografias excepcionais e cenas de luta inovadoras podem rivalizar, e às vezes superar, aquelas dos gigantes tradicionais. Embora Ong-Bak e The Raid possam ter suas deficiências narrativas, suas cenas de combate redefinem os padrões do cinema de ação.
Tal criatividade e habilidade técnica destacam a necessidade de inovação contínua nos filmes de artes marciais. Descansar em louros arrisca estagnação, e os cineastas de ação devem se adaptar para manter sua liderança neste gênero competitivo. O verdadeiro progresso está em aprender com os sucessos alheios e repensar abordagens para abrir novos caminhos no cinema de ação.