Café e Saúde
Beatriz Almeida
| 14-04-2025

· Equipe de Alimentação
Estudos de pesquisa têm apontado para o impacto positivo do consumo moderado de cafeína na redução dos riscos associados a diversas doenças cardiometabólicas como doenças cardíacas, derrames cerebrais e diabetes.
Um estudo do Reino Unido em setembro destacou como beber café ou chá com moderação pode reduzir significativamente a probabilidade de desenvolver tais condições.
Outro estudo em janeiro enfatizou os efeitos benéficos do café da manhã em diminuir os riscos de doenças cardiovasculares e mortalidade prematura. A base fisiológica exata por trás desses benefícios à saúde da cafeína permanece incerta, mas diversas teorias têm sido propostas. O café contém compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, indicando um possível papel na redução dos riscos de câncer. Além disso, os componentes do café podem auxiliar na utilização de insulina, controle de açúcar no sangue e metabolismo do colesterol, todos contribuindo para a proteção contra resultados de saúde adversos. Ainda assim, mais pesquisas são necessárias para identificar os compostos específicos dentro do café que resultam nesses benefícios à saúde.
Níveis recomendados de consumo de café
Com base nos achados de inúmeros estudos, o consumo moderado de café - normalmente definido entre duas a quatro xícaras por dia - tem sido associado a efeitos positivos para a saúde. Em um estudo de 2024 do Reino Unido, indivíduos que consumiam três xícaras de café diariamente viram uma redução de 48% no risco de desenvolver múltiplas doenças cardiometabólicas em comparação com não bebedores de café ou aqueles com consumo mínimo. Da mesma forma, um estudo de 2022 indicou que a diminuição mais significativa na mortalidade prematura ocorreu em indivíduos que consumiam duas a três xícaras diariamente, com o café moído mostrando um efeito mais pronunciado em comparação com o café instantâneo. Para evitar quaisquer efeitos adversos, é essencial estar atento ao consumo de cafeína. O limite ideal para a maioria dos adultos, como recomendado pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA, é de 400 miligramas por dia, equivalente a cerca de quatro xícaras de café coado de 8 onças. Indivíduos com problemas de sono ou outras complicações devem monitorar o consumo de cafeína, já que o consumo excessivo pode levar a palpitações cardíacas, ansiedade, agitação e distúrbios do sono.

Fontes de cafeína além do café
Enquanto o café permanece uma fonte prevalente de cafeína, outras bebidas como espresso, chás e refrigerantes também contribuem para os níveis diários de consumo de cafeína. Shots de espresso tipicamente contêm 60-70 miligramas por onça, enquanto o chá preto contém 40-50 miligramas por xícara, com os chás verde e branco oferecendo um menor teor de cafeína. Bebidas energéticas, por outro lado, podem ter níveis de cafeína substancialmente altos, apresentando riscos potenciais à saúde devido aos açúcares adicionados e outros produtos químicos.
Considerações especiais para certos grupos
Populações específicas precisam ter cautela em relação ao consumo de cafeína. A Academia Americana de Pediatria desaconselha a ingestão de cafeína para crianças com menos de 12 anos, com limites rígidos para aqueles com idades entre 12 e 18 anos. Mulheres grávidas devem aderir aos limites de cafeína recomendados para evitar complicações potenciais, e indivíduos com condições cardíacas subjacentes ou medicamentos que aumentam a sensibilidade à cafeína também devem monitorar seu consumo. Além disso, aqueles que experimentam distúrbios do sono devem limitar o consumo de cafeína para as manhãs.
Explorando alternativas ao café para benefícios à saúde
Para indivíduos que não consomem café, outras bebidas cafeinadas como chá podem oferecer vantagens à saúde, embora a extensão na qual esses benefícios são atribuídos à cafeína permaneça ambígua. Enquanto estudos sugerem potenciais benefícios à saúde do consumo de chá, outras bebidas que contêm cafeína como energéticos e refrigerantes podem não proporcionar as mesmas vantagens devido aos açúcares adicionados e ingredientes artificiais. Em conclusão, enquanto o consumo moderado de café pode oferecer benefícios à saúde, é essencial monitorar o consumo total de cafeína, especialmente para populações vulneráveis. A consciência das tolerâncias e preferências individuais à cafeína pode ajudar os indivíduos a fazer escolhas informadas para seu bem-estar.