Pão Antigo
Eduardo Lima
| 11-06-2025

· Equipe de Alimentação
Ei Lykkers, você já se perguntou o que nossos ancestrais comiam? Quero dizer, os alimentos que desfrutamos hoje não surgiram magicamente, certo? Algumas das descobertas mais surpreendentes vieram do estudo de técnicas culinárias antigas, e adivinhe?
Acabamos de descobrir que o pão que amamos hoje, a focaccia, pode ter sido assado há milhares de anos! Parece inacreditável, não é mesmo? Vamos explorar como a química revelou esse antigo segredo.
Uma Descoberta Deliciosa
Um estudo recente realizado por uma equipe de pesquisadores internacionais descobriu algo incrível: a focaccia - o delicioso pão italiano coberto de ervas - pode ter sido assada tão longe quanto 9.000 anos atrás, no que hoje é o Oriente Médio! O estudo se concentrou nos métodos de cozimento usados pelas sociedades antigas durante o final do período Neolítico (por volta de 7.000 a 5.000 a.C.). De acordo com os pesquisadores, essas comunidades antigas já estavam assando grandes pães e pães chatos, feitos com água, farinha e ervas. Essas tradições culinárias antigas eram bastante complexas e ocorriam em bandejas especiais conhecidas como "bandejas de descascar".
O Que São Bandejas de Descascar?
Bandejas de descascar são únicas. São recipientes ovais para assar com bordas baixas, feitos de argila grosseira. Diferem das bandejas de cozimento regulares porque suas superfícies são cobertas com um padrão de fissuras regulares. Essas bandejas especiais eram usadas pelas sociedades antigas na região do Levante. Para ter uma ideia de como funcionavam, a equipe de pesquisa recriou essas bandejas e configurações de cozimento com base em achados arqueológicos. Eles queriam entender como as pessoas no passado preparavam sua comida, especificamente o pão.
A Química Por Trás do Pão Antigo
Podemos estar nos perguntando: "Como os pesquisadores descobriram que o pão assado nessas bandejas era focaccia?" Boa pergunta! A resposta está em uma química bem legal. Os cientistas analisaram fragmentos dessas bandejas e encontraram pistas que os ajudaram a identificar o tipo de pão assado nelas. Quando os pesquisadores estudaram o desgaste das bandejas de cerâmica, encontraram dois padrões distintos. Pão comum, que era simplesmente massa e farinha, mostrava grandes fissuras e bordas crocantes. Mas quando gorduras animais ou óleos eram usados para fazer o pão, o padrão de desgaste era diferente. As superfícies eram mais arredondadas, onduladas e mais escuras - exatamente como a focaccia parece hoje!
Ervas e Especiarias na Mistura
Aqui está a parte mais interessante: o pão antigo não era simples - tinha ervas e especiarias misturadas! Na verdade, ervas compunham cerca de 95% dos restos de plantas encontrados nas bandejas. Esse é um número bastante alto, sugerindo que os padeiros antigos já estavam temperando seu pão, assim como fazemos hoje com alecrim e outras ervas. Os pesquisadores também encontraram vestígios de gorduras animais, misturados com restos de plantas. Uma pista foi a presença de ácido láurico, que é encontrado em algumas especiarias à base de plantas. Isso confirmou que o pão antigo não era apenas farinha e água, mas algo muito mais saboroso!
O Que Vem Depois?
A descoberta nos mostra que a panificação antiga era muito mais sofisticada do que pensávamos. Esses grandes pães eram assados para consumo comunitário, como evidenciado pelo seu tamanho - cada pão pesava cerca de 3 quilos. Imagine os grandes banquetes que eles tinham! É incrível pensar que pessoas há milhares de anos atrás desfrutavam de uma versão da focaccia que conhecemos e amamos hoje. Ao estudar essas práticas antigas de panificação, os cientistas não apenas aprendem sobre comida, mas também sobre as culturas e tradições das sociedades humanas primitivas. Então, da próxima vez que saborearmos uma fatia de focaccia, pense - estamos provando a história!Não é incrível pensar que o pão que saboreamos hoje tem raízes que remontam a milhares de anos? Graças às maravilhas da química, descobrimos os segredos culinários de nossos ancestrais. É um lembrete delicioso de como a comida nos conecta através do tempo e do espaço. Então, Lykkers, da próxima vez que você assar ou comer focaccia, saiba que está participando de uma tradição antiga que tem quase 9.000 anos!