Annapurna sem segredos
João Cardoso
João Cardoso
| 16-09-2025
Equipe de Viagens · Equipe de Viagens
Annapurna sem segredos
Amigos, sonham com picos cobertos de neve, pontes suspensas e acolhedoras casas de chá espalhadas como marcos pelo caminho?
O Circuito Annapurna oferece uma experiência completa de trekking nos Himalaias — vales amplos, passos elevados e vida nas aldeias — sem exigir escalada técnica.
Usa este guia para conhecer as melhores épocas, custos realistas, permissões, transportes e um plano de ritmo que mantém a altitude a teu favor.

Por que ir

Este circuito clássico contorna o maciço Annapurna durante 160–230 km, atingindo o ponto mais alto no passo Thorong La (5.416 m). O percurso está bem marcado, as aldeias surgem a cada poucas horas e as casas de chá permitem carregar menos peso e focar mais na viagem.

Quando ir

- Melhor: outubro–novembro, com céus límpidos, vistas deslumbrantes e trilhos estáveis;
- também bom: abril–maio, com clima mais ameno e colinas floridas;
- mais calmo: junho–setembro, com calor e alguma chuva, mas muitas partes estão em sombra de monção;
- inverno: pacífico mas rigoroso; neve e encerramentos são possíveis — apenas para quem tem experiência séria em frio extremo.

Básicos do percurso

A maioria caminha de leste para oeste:
Besisahar → Thorong La → Birethanti. Muitos começam mais acima para evitar as secções com estrada;
Trekking total: 12–18 dias mais deslocações. Inclui 1–2 dias de aclimatação em Manang.

Permissões e seguro

- Permissão ACAP: 18 dólares;
- cartão TIMS: 20 dólares (independente) ou 10 dólares (em grupo) Pode ser obtido em Catmandu ou Pokhara. O seguro de viagem deve cobrir evacuação até 6.000 m.

Annapurna

Custos e orçamento

- Transporte: 10–25 dólares até ao início; 15–35 dólares no regresso;
- alojamento: 3–10 dólares por noite;
- refeições: 12–25 dólares/dia, dependendo da altitude e do apetite;
- guias: 25–40 dólares/dia;
- porteadores: 18–30 dólares/dia;
- extras (Wi-Fi, duches quentes, carregamento): 1–4 dólares.
Conta gastar 25–45 dólares/dia de forma independente, mais permissões e transporte.

Como chegar

Voa até Catmandu.
Opções:
- Autocarro/jeep até Besisahar: 7–9 horas;
- voo Catmandu→Pokhara (60–130 dólares) seguido de transporte rodoviário. A maioria termina perto de Jomsom, Tatopani ou Nayapul e segue para Pokhara no mesmo dia.

A realidade do trilho

Sobe a altitude de forma gradual. Dorme no máximo 500 m acima da noite anterior depois dos 3.500 m. Espera encontrar pontes suspensas, florestas de pinheiros e vales amplos. Casas de chá a cada poucas horas fornecem comida e camas.

Exemplo de ritmo

- Dias 1–3: Besisahar → Jagat/Chamje → Dharapani;
- dias 4–6: Chame → Upper Pisang → Manang (aclimatar aqui);
- dias 7–9: Yak Kharka → Thorong Phedi → Thorong La → Muktinath;
- dias 10–12+: Marpha/Jomsom → Tatopani (termas) → Ghorepani → saída em Birethanti.
Ajusta com desvios ou cortes conforme necessário.
Annapurna sem segredos

Com guia ou a solo

- A solo: seguro e popular; o trilho é claro e as aldeias frequentes;
- com guia: acrescenta conhecimento cultural, logística facilitada e ajuda com o idioma.
De qualquer forma, confirma as condições diárias com os locais.

O que levar

- Camadas base e intermédia quente, casaco acolchoado com capuz;
- casaco e calças impermeáveis;
- saco-cama para –6 a 0 °C mais lençol interior;
- chapéu de sol, buff, gorro, luvas (leves + isoladas);
- botas resistentes, polainas, bastões de trekking.

Estradas e desvios

Algumas partes do circuito coincidem com estradas de jeep. Segue as “trilhas superiores” sinalizadas nas aldeias para evitar o tráfego, ou começa mais alto com um transfer de jeep para saltar as secções baixas.

Dicas para casas de chá

Come onde dormes — apoia a pousada. Faz o pedido cedo à noite. Leva dinheiro vivo; locais remotos não aceitam cartões. Mantém os eletrónicos quentes durante a noite para conservar bateria.

Plano de treino

Dois meses antes:
- 3–4 sessões semanais de cardio (escadas, colinas);
- 2 sessões de força (pernas, core, glúteos);
- caminhada longa semanal com peso.

Conclusão

Lykkers, o circuito é puro ritmo: cada dia abre novos vales, picos e perspetivas. Vais escolher a clareza cristalina do outono ou as colinas floridas da primavera?