Para muitos motoristas hoje em dia, escolher um carro vai muito além da cor ou da potência — trata-se de valores, economia a longo prazo e até da sua conveniência diária.

Com os veículos elétricos (VE) aparecendo em todas as concessionárias e os carros a gasolina ainda dominando as rodovias, a questão já não é mais se os VEs são o futuro, mas como e quando eles vão dominar de vez.

Mas antes de trocar seu carro a combustão ou descartar os elétricos como uma moda passageira, veja de perto o que realmente diferencia os dois — e o que isso significa para o seu dia a dia.

Custo: preço inicial vs. bolso a longo prazo

Os VEs costumam ter um preço inicial mais alto — às vezes de 25 a 75 mil reais a mais do que modelos equivalentes a gasolina. Mas essa diferença está diminuindo rapidamente, graças a incentivos fiscais do governo, descontos das montadoras e ao avanço da tecnologia das baterias.

Economia com energia: carregar um VE custa bem menos do que encher o tanque. Por exemplo, carregar um Tesla Model 3 em casa pode custar entre R$ 40 e R$ 60 para uma carga completa, enquanto um sedã semelhante a gasolina pode precisar de R$ 200 a R$ 300 por tanque cheio, dependendo do preço do combustível;

manutenção: os VEs têm muito menos peças móveis. Não precisam de trocas de óleo, velas ou reparos de câmbio.

Carregar vs. abastecer: tempo é dinheiro

Aqui a coisa fica pessoal. Encher um tanque de gasolina leva 5 minutos — mas carregar um VE pode levar de 30 minutos a várias horas, dependendo do tipo de carregador.

Vantagem de carregar em casa: para quem tem garagem e ponto de recarga, deixar a bateria carregando durante a noite é simples e conveniente. Adeus, paradas em postos de combustível;

viagens longas: motoristas de VE precisam se planejar, principalmente em viagens de longa distância. As estações de recarga rápida estão crescendo (especialmente com empresas como Tesla, Electrify America e EVgo expandindo suas redes), mas em áreas rurais a disponibilidade ainda pode ser limitada.

Dica: aplicativos como PlugShare e Um melhor planejador de rotas (A Better Route Planner) são indispensáveis para donos de VE localizarem carregadores e estimarem o tempo de espera.

Meio ambiente: não é só sobre emissões

É sabido que os VEs não emitem poluição pelo escapamento. Mas o debate ambiental vai muito além disso.

Produção das baterias: críticos afirmam que a mineração de lítio, cobalto e níquel para fabricar baterias causa impactos ambientais.

No entanto, um estudo da Iniciativa de Energia do MIT (2021) concluiu que, mesmo considerando a produção das baterias, os VEs geram 60% menos emissões ao longo da vida útil em comparação com os carros a gasolina;

fontes de eletricidade importam: se você mora em uma região onde a energia vem principalmente do carvão, seu VE não será tão “verde”. Mas em locais com energia limpa (hidrelétrica, eólica ou solar), a redução de carbono é enorme.

Desempenho: mais do que velocidade

Os VEs não são apenas sobre sustentabilidade — eles também são divertidos de dirigir.

Torque instantâneo: modelos como o Ford Mustang Mach-E ou o Tesla Model Y oferecem aceleração suave e imediata. Sem trocas de marcha, sem barulho de motor — só um empurrão silencioso e potente;

estabilidade e peso: com as baterias instaladas na parte inferior do chassi, os VEs costumam ter melhor distribuição de peso e curvas mais firmes. No entanto, o peso extra pode reduzir a agilidade em alguns modelos;

ansiedade de autonomia: embora muitos VEs hoje ofereçam mais de 400 km por carga, ainda existe um certo receio entre motoristas acostumados a rodar mais de 600 km com um tanque cheio.

Revenda e durabilidade: um mercado em transição

Durabilidade da bateria: as baterias modernas de VEs geralmente duram entre 8 e 15 anos, e as garantias costumam cobrir pelo menos 8 anos ou 160 mil quilômetros. Ainda assim, a autonomia tende a diminuir gradualmente com o tempo;

valor de revenda: esse ponto ainda está em evolução. Alguns modelos (como o Tesla Model S) mantêm um bom valor. Outros, especialmente os mais antigos com autonomia limitada, desvalorizam rapidamente. À medida que o mercado de usados elétricos amadurece, a previsibilidade de revenda deve melhorar.

Então, qual escolher?

Não existe uma resposta única. Mas aqui vai um resumo rápido para diferentes perfis de motoristas:

Quem dirige na cidade: um VE é provavelmente a melhor opção — silencioso, econômico e fácil de carregar em casa ou no trabalho;

viajantes frequentes: se você roda longas distâncias com frequência, talvez valha a pena esperar até que a infraestrutura de recarga rápida esteja mais difundida;

quem busca economia: carros a gasolina usados são mais baratos no início, mas compare o custo de combustível e manutenção a longo prazo antes de decidir;

motoristas ecológicos: mesmo considerando a produção das baterias, os VEs ainda são mais limpos na maioria dos casos — especialmente em regiões que usam energia renovável.

É mais do que uma tendência

Os veículos elétricos deixaram de ser algo só para fãs de tecnologia ou ambientalistas. Estão se tornando uma opção prática e econômica para o motorista comum. À medida que a tecnologia das baterias melhora, os preços caem e os pontos de recarga se multiplicam, os VEs estão prontos para se tornar o novo normal — não uma alternativa de nicho.

Então, o que realmente faria você mudar? A economia? O silêncio? Ou simplesmente nunca mais parar em um posto de gasolina?

Seja qual for sua resposta, uma coisa é certa — o futuro da estrada é elétrico.